Patrimônio
Casarão 6 ainda aguarda o Museu da Cidade
Espaço tem recebido ações esporádicas desde o restauro, em 2011
Jô Folha -
Com as recentes mudanças do Carlos Ritter e do Leopoldo Gottuzo, o Centro Histórico de Pelotas virou de fato o ponto dos museus em Pelotas. E não poderia ser mais apropriado, pela localização, pelo que aquelas ruas representam. Eles se somaram ao do Doce e mais outro era para formar o conjunto: o da Cidade, a ser instalado no Casarão 6, ao lado da Secretaria Municipal de Cultura. Entretanto, o projeto ainda não se tornou realidade.
O orçamento previsto para transformar o local no Museu da Cidade, de acordo com a lei municipal 5952/12, é de R$ 3,8 milhões, financiados via PAC Cidades Históricas. O projeto, elaborado pela paulista Texto e Imagem, contempla salas de exposições, equipamentos visuais e sonoros, café, loja de souvenires, entre outras estruturas como ilha para edição de áudio e vídeo. Em 2015, uma empresa foi licitada para realizar complementos elétricos, hidráulicos e estruturais.
Quatro anos se passaram e a instalação do Museu da Cidade não parece perto de se concretizar. Ao Diário Popular, o secretário municipal de Cultura, Giorgio Ronna, afirmou que o primeiro semestre de 2019 será utilizado pela equipe da Secretaria para atualização orçamentária, com a expectativa de, na segunda metade, a licitação para a execução das obras seja enfim lançada. Ele salienta que o projeto é a quarta ação da secretaria dentro do PAC Cidades Históricas, sendo acompanhado por restauro do Theatro Sete de Abril, paisagismo da praça Coronel Pedro Osório e requalificação das salas expositivas do Casarão 2.
Ronna lembra que desde 2013 a casa recebeu projetos expositivos como a mostra Incômodo, em 2016 e 2017, e a mostra do acervo restaurado do Paço Municipal, em 2014, além de sediar iniciativas estaduais como Acervo do MAC RS na exposição A Medida do Gesto, em 2013, em parceria com o Sesc, e a cooperação com a Bienal do Mercosul com o projeto Terra é poder, do artista Jaime Lauriano junto a comunidades quilombolas no ano passado. "Desde setembro de 2017, após o colapso da cobertura do Museu da Colônia Maciel, seu acervo foi transferido para lá após o restauro, permanecendo em exposição até o final de 2018", prossegue.
Críticas
A utilização, entretanto, é vista como restrita pelo atual presidente do Conselho de Cultura (Concult), Daniel Barbier. "As ações que lá ocorrem são pontuais e não dizem respeito ao investimento que foi feito para o restauro em 2011. Acredito que seja um espaço ideal para ensaios, reuniões e apresentações, tendo em vista a diversidades de grupos das mais variadas vertentes culturais de Pelotas", critica. A reforma do espaço, em 2011, com recursos do programa nacional Monumenta, custou R$ 1,4 milhão e foi executada pela Marsul Engenharia.
Um dos coletivos interessados no local é o Marrabenta. A ideia, ainda inicial, é a construção de um ponto de cultura afro. Segundo o secretário Giorgio Ronna, não existe atualmente nenhuma tratativa neste sentido.
O Concult debaterá, em reuniões futuras, sobre os resultados do PAC Cidades Históricas em Pelotas, com foco na transparência da utilização dos recursos na cidade.
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